sexta-feira, 13 de abril de 2012

- sem título -

cerro as mãos e agarro o vazio,
volto-as abertas e olho o rodopio
de nada que as abandona.

escuto-me em vão,
nem o vento.

sopra apenas um ar parado,
no lugar que me esgota o peito.

em vão,
nem o vento.

acordo de um delírio
e percebo que afinal nunca dormi, estive sempre acordado.

em vão,

nem

o

vento.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

não me digam "abre os olhos"

ninguém traz os olhos fechados,
mas é complexa a paisagem,
e ofusca tanto a luz do sol,
como nos tolda a escuridão.

niguém traz fechados os olhos,
mas no breu vislumbrar é capacidade
dos morcegos e lobos.
ofusca tanto a luz do sol, quanto nos tolda a escuridão.