quinta-feira, 31 de outubro de 2013

sem título

a poesia é um ribeiro límpido
laminar, ladeado pelo musgo verde dos bosques húmidos 
e escuros de tranquilidade
ou um fogo cortante
lava incandescente no centro de um vulcão mortal
a poesia é uma mulher nua no meu quarto 
enquanto as cortinas translucidas ondulam com a brisa da primavera
ou a solidão agreste e a garrafa de vinho abandonada
e o cigarro quase apagado fumegando pequenas nuvens 
de tristeza
a poesia não é feita de versos.

2 comentários:

M. disse...

Tudo isto é poesia e tudo o resto, que é infinito, também.

Sérgio Ribeiro disse...

Pois (não) é.
A poesia não é feita de versos que não sejam poema.

Grande abraço