sexta-feira, 27 de junho de 2014

quinta-feira, 19 de junho de 2014

sem título

a casa abandonou-me, vazia. e os lençóis tremem de frio nas mais quentes noites de verão. frio ou solidão.
já nada habita o interior e apenas o verde das plantas na varanda lembram, ainda que remotamente, alguém. ou a projecção da sua sombra no vidro fosco da porta da sala, porque ao vento, ligeiramente, ondulam e agitam as pequenas folhas.
resta-me um último refúgio, onde ainda respiro, como se de lá pudesse sorver o oxigénio que me leva a ausência, ainda que em doses curtas. é a gaveta esquerda, a mais próxima da minha cabeça e a única onde deixaste o que quer que seja.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

- sem título -

ainda o vento não cantou poemas
e o fim da primavera de pedra já se anuncia
nas formas das nuvens
que,
negras de um escuro aço,
humedecem com gotas de chumbo
os cheiros da terra de onde teimas
não tirar os pés quando levitas.